Show é com Max Verstappen
A vitória improvável de Max Verstappen, o ‘Piloto do Dia’, depois de sair do 17º lugar, pavimentou o caminho para o quarto título que, nas últimas corridas, parecia ameaçado. Max, que assinalou a melhor volta da prova, ampliou sua vantagem e mostrou que forma com a Red Bull um conjunto muito forte. Se a Red Bull não tem o melhor carro, o braço do piloto faz a diferença. O GP de São Paulo de F1, sob chuva constante em Interlagos, foi uma corrida crispada até o final. A inesperada dupla da Alpine, Esteban Ocon e Pierre Gasly, completou o pódio. O evento marcou um novo recorde de público: 291.717 espectadores. A próxima etapa do Mundial de Fórmula 1 2024 será no dia 23 de novembro, sábado, em Las Vegas.
Quem garantiu o momento mais emocionante do GP São Paulo foi Lewis Hamilton, pilotando a histórica McLaren/Honda MP4/5B com a qual Ayrton Senna conquistou o título de 1990. Hamilton, fã assumido do tricampeão, deu quatro voltas na pista e recebeu a quadriculada da maior atleta olímpica brasileira, a ginasta Rebeca de Andrade, levando o público às lágrimas.
O final de semana em Interlagos foi acidentado por causa da chuva. No sábado, na corrida sprint, a dupla da McLaren dominou as 24 voltas, com direito a uma inversão das posições entre Oscar Piastri e Lando Norris. Max Verstappen terminou em 3º. Já o treino de classificação para o GP foi adiado para domingo de manhã por causa da chuva. E a corrida, prevista para começar às 14h, foi antecipada para 12h30 para evitar a previsão de chuva forte à tarde. O treino foi marcado por acidentes com bandeira vermelha (interrupção da prática) com Franco Colapinto, Carlos Sainz, Lance Stroll, Fernando Alonso e Alexander Albon. Todos, com exceção de Albon, tiveram os carros recuperados a tempo para a largada.
Também a corrida teve vários acidentes e derrapagens por conta da pista molhada, obrigando a direção da prova a interrupções. Colapinto provocou a primeira bandeira vermelha. Depois Carlos Sainz também bateu na proteção de pneus, forçando a entrada do safety car. Nessa altura, na 43ª volta, Max chegava a liderança, depois de ganhar 16 posições desde a largada, ignorando todos os adversários e vibrando muito após cruzar a linha de chegada e receber o troféu das mãos do prefeito municipal Ricardo Nunes.
Faltando três corridas e 86 pontos em jogo (incluindo a última sprint do campeonato, no Catar), Max abriu vantagem de 62 pontos sobre Lando Norris e 86 em relação a Charles Leclerc. Entre os construtores, a McLaren lidera com 36 pontos sobre a Ferrari e 47 sobre a Red Bull.
O GP de São Paulo teve intensa movimentação das equipes Red Bull, RB Honda, Williams e Kick Sauber, avaliando vagas para o grid do próximo ano. A última participação de um piloto brasileiro na F1 foi na temporada de 2017 quando Felipe Massa disputou seu último campeonato. Ainda dependendo de confirmação oficial, a Sauber já teria batido o martelo e assegurado Gabriel Bortoleto ao lado de Nico Hulkenberg. O Brasil, dessa forma, estaria de volta ao grid. Entre Red Bull, RB Honda e Williams, o pivô é Franco Colapinto. Liberado pela Williams com a qual correrá até o final do campeonato, o argentino poderá alinhar na RB ao lado de Yuki Tsunoda no próximo ano, substituindo Liam Lawson. Lawson, por sua vez, seria promovido para a Red Bull no lugar de Sergio Perez, sem futuro definido.
O autor Castilho de Andrade
Jornalista especializado em automobilismo e diretor de imprensa do Fórmula 1 Grande Prêmio de São Paulo.