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Há 50 anos, nosso primeiro título mundial de Fórmula 1

Por: Castilho de Andrade
10/setembro/2022
3 min de leitura

    Emerson Fittipaldi está em Monza. Neste sábado, 10 de setembro, será conhecido o pole position do GP da Itália 2022. Em 1972, o dia 10 de setembro caiu no domingo. E a dez voltas do final da corrida, Émerson com a Lotus 72, o vistoso monoposto preto, assumiu a ponta para ser o primeiro a cruzar a linha de chegada. E somar os pontos necessários para ser coroado como o novo campeão mundial de Fórmula 1. A competição teria ainda duas corridas pela frente – Canadá e EUA – mas ninguém poderia alcançá-lo. 

        Hoje, Émerson receberá cumprimentos e homenagens em Monza. Para o automobilismo é uma data histórica. Como a de 29 de junho de 1958, quando a Seleção Brasileira derrotou a Suécia por 5 a 2, no estádio Rasunda, em Estocolmo, conquistando pela primeira vez a Copa do Mundo de Futebol. O automobilismo brasileiro, a partir da vitória de Émerson, formou novos campeões – oito título – e obteve 101 vitórias até hoje na Fórmula 1, perdendo apenas para o Reino Unido e Alemanha. O futebol ganhou respeito internacional e consagrou-se, vencendo mais quatro copas.  

          Na Fórmula 1, até a chegada de Emerson, a referência sul-americana era Juan Manuel Fangio. No começo da carreira na Europa, perguntavam a Emerson se ele era de Buenos Aires. Era de São Paulo como Ayrton Senna, Rubinho Barrichello, José Carlos Pace e Felipe Massa. Entre os grandes vencedores brasileiros só Nelson Piquet tinha nascido fora de São Paulo, mais precisamente no Rio de Janeiro, criado em Brasília. 

           Antes mesmo do título, ainda em 1970, quando venceu o GP dos EUA e deu a Jochen Rindt, também da Lotus, o título póstumo da temporada, Colin Chapman que tinha nas mãos um piloto técnico e com profundo conhecimento de mecânica de competição o que ajudava muito na preparação dos carros. 

            Mas o genial Chapman cometeu um equívoco. Colocou Ronnie Peterson, o sueco voador, como companheiro de Emerson no ano seguinte, em 1973, para formar uma dupla imbatível. Não deu certo. Eles dividiram as conquistas e Jackie Stewart levou a melhor.  

             Em 1974, Émerson estava na McLaren onde venceria o Mundial pela segunda vez.  

             Hoje em Monza, ele poderá ver que a saga Fittipaldi continua nas pistas. Revelação da temporada, o neto Enzo Fittipaldi alinhará na corrida de Fórmula 2 que poderá dar a outro brasileiro, Felipe Drugovich, o título do campeonato. Emerson é responsável por eles. 

Autor Castilho de Andrade

O autor Castilho de Andrade

Jornalista especializado em automobilismo e diretor de imprensa do Fórmula 1 Grande Prêmio de São Paulo.