O AT02 é um carro bonito, com pintura elegante e perfil discreto. O novo modelo da escuderia Alpha Tauri foi apresentado nessa sexta e, como já tinha acontecido com a McLaren, as diferenças em relação a 2020 são pequenas e sutis. O novo bico chama a atenção. As cores são as mesmas, mas o azul-marinho ganhou mais destaque em relação ao branco.

O assoalho, difusores e dutos traseiros foram modificados em uma tentativa de reduzir os efeitos da perda de downforce prevista no regulamento para este ano. O desenho de suspensão traseira foi mantido ao contrário da parte externa da suspensão dianteira. Como já tinha feito no ano passado, a Alpha Tauri incorporou componentes da Red Bull, dentro dos limites previstos pelo regulamento.

O trabalho na aerodinâmica do carro teve como objetivo principal recuperar as perdas do ano passado, tornando o AT02 mais agressivo do que o AT01. Os testes de inverno, entre os dias 12 e 14 de março, no Bahrein, já poderão indicar se o resultado foi positivo.

A Alpha Tauri vai começar a temporada de 2021 com um conceito melhor depois da vitória de Pierre Gasly, em Monza, no ano passado. Mesmo com alguma cautela, a equipe faz uma previsão otimista sobre o Mundial que começa dia 28 de março, no Bahrein.

O russo Daniil Kvyat foi substituído pelo estreante japonês Yuki Tsunoda, indicado pela Honda, que passará a ser o novo companheiro de Pierre Gasly. Tsunoda terá a grande chance da carreira. Como a Honda não fornecerá motores a partir de 2022, Yuki dependerá de seu rendimento na pista para uma eventual renovação de contrato. Tal qual a Red Bull, a Alpha Tauri é rigorosa na questão de substituir pilotos que não realizam o que deles se espera.

Castilho de Andrade é jornalista especializado em automobilismo e diretor de imprensa do Formula 1 Grande Prêmio de São Paulo.