Quando anunciou que deixaria a Fórmula 1 no final de 2021, a Honda não contava com a grande virada da temporada passada. O comunicado, divulgado em outubro de 2020, justificava a posição da montadora com o argumento de que a nova diretriz apontava para a produção de veículos sem emissão de carbono. O resultado do campeonato de 2020 não entusiasmou muito os dirigentes nipônicos: três vitórias (duas com Max Verstappen e uma com Pierre Gasly). Lewis Hamilton conquistou o seu sétimo título com 124 pontos de vantagem sobre Verstappen, o terceiro colocado. A Honda, finalmente, percebeu  a tempo que não era o momento de sair e ainda poderia crescer na F1. 

     De 2020 para 2021, a Red Bull deu um salto. Foram 11 vitórias (10 de Max Verstappen e uma de Sergio Perez), chegando ao título mundial de pilotos. Antes da metade do Mundial, a Honda já relativizava sua saída, admitindo que estudava uma forma de ‘colaboração’ com a Red Bull a partir de 2022. 

      A Honda, como fornecedora de motores, voltou à F1 em 2015, através da equipe McLaren, e atravessou temporadas difíceis, chegando a receber críticas ácidas de Fernando Alonso, comparando a potência dos motores com os da categoria de acesso GP2, a atual Fórmula 2. Algumas temporadas depois, Alonso se arrependeu publicamente da declaração. 

       A Red Bull contará com a Honda no fornecimento das unidades de potência até 2025 quando a F1 encerra o atual ciclo de motores. Caberá a Red Bull, agora, a calibragem e ajustes finos, a princípio. A fabricação deverá continuar na sede, na Japão. Há ainda alguns detalhes a serem confirmados como a nova configuração da parceria e o papel de Masashi Yamamoto, ex-chefe da Honda, que passará a trabalhar diretamente na Red Bull. De qualquer forma, Christian Horner e equipe devem ter ficados aliviados com o novo acordo. Conclusão: a Honda saiu da Fórmula 1, mas a Fórmula 1 não saiu da Honda.