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Há 50 anos, nosso primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1

Por Castilho de Andrade

Quinta-feira, 30 de março de 1972, 13h. Calor infernal em Interlagos. Os 11 pilotos alinham no grid para o 1º Grande Prêmio do Brasil. Corrida extracampeonato para homologar o traçado para os anos seguintes. Emerson Fittipaldi é a grande estrela no autódromo lotado com mais de 60 mil espectadores.

Terça-feira, 28 de março, 19h. Na redação do Jornal da Tarde, na rua Major Quedinho, 6º andar, centro de São Paulo, eu escrevia em uma velha máquina Remington os textos que o jornal publicaria no dia seguinte sobre os treinos, entrevistas na pista, etc. Era o principal assunto da edição. O titular de automobilismo era o jornalista Luis Carlos Secco que acompanhava a carreira de Emerson, Wilsinho Fittipaldi e José Carlos Pace, o ‘Moco’, desde o início, os “Três Mosqueteiros”, segundo apelido dado pelo próprio Emerson.

Da portaria do prédio ligam avisando que um “tal” de Emerson com alguns amigos pedia para subir. Secco achava que era alguma brincadeira e mandou subir. A redação para quando adentram Emerson Fittipaldi e Ronnie Peterson acompanhados das respectivas mulheres, Maria Helena e Barbro. A visita é rápida. Emerson tira do bolso um pacote de ingressos e coloca na minha na mão: “Distribui para todo mundo aqui na redação. Temos de lotar o autódromo. Do contrário, a corrida não vai ser oficializada a partir do próximo ano”. Nem precisava. Os ingressos, no dia seguinte, já estavam praticamente esgotados.

A corrida faz parte da história do automobilismo brasileiro e não há aficionado que não saiba que Emerson, pole position, liderou a prova, depois de ultrapassar Wilsinho e, a cinco voltas do final das 37 previstas – o circuito tinha 7,9 quilômetros – abandonou com a suspensão quebrada de sua Lotus-Ford. Dos 11 pilotos que largaram, apenas 6 chegaram ao final da corrida. O argentino Carlos Reutemann, com Brabham, venceu a corrida com Ronnie Peterson, March, em 2º e Wilsinho Fittipaldi, Brabham, em 3º. A efeméride poderá revelar uma série de surpresas na preparação do GP de São Paulo de F1 2022, que acontece nos dias 11, 12 e 13 de novembro, em Interlagos.

“É claro que eu queria vencer. Era a primeira corrida de F1 no Brasil. O mais importante, entretanto, era aprovar Interlagos e garantir a corrida para o futuro. E conseguimos isso”, lembra Emerson.

O Brasil faz parte de um seleto grupo de 10 países que mais corridas organizaram nas sete décadas da história da Fórmula 1.

Castilho de Andrade é jornalista especializado em automobilismo e diretor de imprensa do Formula 1 Grande Prêmio de São Paulo.